Delosmar Domingos de Mendonça - Médico paraibano festeja 80 anos de vida

 Esta edição é uma publicação especial elaborada para homenagear o médico paraibano Delosmar Domingos de Mendonça, em virtude de seu aniversário de 80 anos. Seus filhos, Delosmar Junior, Francisco Manoel e Suy-Mey Mendonça, encomendaram-me esta justa homenagem, que faço com o maior carinho. Parabéns Dr. Delosmar, a sua rica e profícua vida e a sua carreira profissional e acadêmica são um legado à família paraibana e a toda classe médica brasileira.

Messina Palmeira

Paraíba - João Pessoa - Jaguaribe

O menino batizado com o nome de Delosmar Domingos de Mendonça nasceu no ano de 1933, na cidade de João Pessoa. Mais precisamente na casa de número 814 da Avenida João Machado, em Jaguaribe. Ele foi recebido com muita alegria pelos seus pais, Francisco Domingos de Mendonça e Guiomar de Albuquerque Mendonça  ̶  que ainda tiveram Domingos  de Mendonça Neto, Derivaldo, Dagmar e Dimar, todos hoje falecidos.
"No vale do Jaguaribe vivi os bons momentos da adolescência, estudei, namorei, servi ao glorioso Exército Brasileiro, vi o sol nascer nas manhãs dos belos arrebóis e mergulhar no horizonte ao cair das tardes, tingindo de púrpura as nuvens." (trecho do livro Meu vale do Jaguaribe, de Delosmar  de Mendonça, 2008)
O Triunfo de uma Vida

Por Delosmar de Mendonça Junior, filho do Dr. Delosmar  de Mendonça

Ele cresceu brincando e conhecendo a vida às margens do rio Jaguaribe, em João Pessoa. Menino de família humilde, sonhou em ser médico na década de 1950, estudou, trabalhou, lutou, superou obstáculos e triunfou, tornando-se médico na década de 1960.

Conheceu uma colega de classe, Tereza. A paixão veio em seguida e resultou em uma união de 49 anos de cumplicidade em família, ideais e profissão. Amantes entre si e amantes da medicina, foram parceiros em casa e no trabalho e assim criaram e educaram três filhos. Somente a finitude da vida conseguiu lhes separar.

Na medicina, tornou-se um gigante e construiu um legado na história da obstetrícia e ginecologia, influenciando gerações. Na cátedra médica, publicou livros, artigos e participou intensamente de congressos e seminários, levando o nome da pequena e brava Paraíba para os círculos acadêmicos do país. Médico sensível à humanidade, parteiro de ricas e pobres, sem qualquer distinção. Milhares de vidas chegaram ao mundo pelas suas mãos na Maternidade Cândida Vargas, hospital Universitário SANDÚ de Sapé, com o mesmo zelo e proficiência que chegavam os recém-nascidos das maternidades privadas do Estado. Isto gerou uma legião de amigos e admiradores na nossa terra.

Poderia ter sido político, mas seu sacerdócio é a medicina. Porém, não se esquivou de ser um cidadão consciente e atuante quando o Brasil precisava de corações e mentes para resistir à ditadura militar. Auxiliou as ligas camponesas e foi fundador e militante do MDB. Época em que profissionais liberais e outros agentes da sociedade civil participavam dos partidos pela força de um ideal.

Reinstalada a democracia, foi convocado para contribuir e, com imensa relutância, aceitou dirigir um órgão federal de saúde pública: a SUCAM. Novo desafio e novo êxito. Realizou gestão premiada e reconhecida, lançando seu nome na história ao participar da implantação do SUS na Paraíba. Não deixou a obstetrícia e ginecologia. Entrou e saiu com a mesma dignidade, com contas aprovadas, humildade na postura e reconhecimento da sociedade.

Foi responsável ao decidir parar. Aos 70 anos, diante da luta para preservar a saúde e da convicção do dever cumprido, passou o bastão da medicina para seu filho Francisco Manoel e se aposentou. Buscou outros desafios para não ser tragado pelo ócio. Agora, abraça a literatura. O médico se torna historiador e poeta, com vários livros lançados.

Filho excepcional, abrigou e cuidou da mãe, viúva precoce, até sua partida aos 96 anos. Pai dedicado, deu educação e exemplo, que são asas para os filhos. Irmão solidário, sempre ajudou a família.

Este é um breve olhar sobre Delosmar Domingos de Mendonça, meu pai, de quem recebi o nome e o exemplo de vida. O homem que chega, pela graça de Deus, aos oitenta anos. Com a lucidez intacta, saúde apenas razoável e muito ainda, se Deus quiser, para iluminar. Sua história é o triunfo de uma vida.


 “Após concluir o curso ginasial no Marista Pio X, pedi transferência para o Colégio Estadual da Paraíba. Em seguida, vou citar alguns dos meus colegas dos quais tenho notícias. São eles: Adolfo Fernandes Maia, Agnaldo Torres Barbosa, Antônio Ciraulo Barroso, Augusto de Almeida Filho, Carlos da Cunha Lima, Cláudio Porciúncula, Edinaldo Dias de Barros, Edvaldo Pinheiro do Egito, Ivonildo Correia, Jacinto Dantas, José Bonifácio Pereira, José Gonçalves Diniz, Júlio Aurélio, Romero da Cunha Lima, Ronaldo da França, Severino Alves Ayres, Simoneto Simões dos Santos, Seosthenes Vital de Kerbrie, Wamberto Trigueiro e Wilson Aquino de Macedo, dentre outros.” (trecho extraído do livro Meu vale do Jaguaribe, de Delosmar Domingos de Mendonça, 2008)
O que dizer do colega e amigo Delosmar Mendonça?

Por Mazureik Miguel de Morais, médico e amigo

Tive o orgulho de sua convivência desde os idos de 1950 como contemporâneo da nossa saudosa Faculdade de Medicina, depois na Maternidade Cândida Vargas, nosso verdadeiro “habitat” e laboratório de nossa formação profissional durante pouco mais de trinta anos. Trilhamos o mesmo caminho na UFPB por meio de concurso público à disciplina de Obstetrícia, até nossa aposentadoria. Uma longa caminhada, sempre juntos, que me deu a oportunidade de conhecê-lo muito bem como colega, amigo e irmão.

A marca de Delosmar sempre foi a simplicidade, o reconhecimento aos seus superiores e a sua aproximação aos mais humildes, assim como o coleguismo entre os seus pares  ̶  sua característica principal que o distinguiu dos demais. Bom filho, marido bem estremado até o fim, pai exigente e conciliador são traços de Deslomar igualmente conhecidos por todos nós.

Hoje, dedica-se à recordações. A idade nos leva a este terreno e isso certamente o levou a escrever sua vida e a dos seus circunstantes. Tornou-se escritor e dos mais renomados. Bastaria isso, nesse depoimento verdadeiro, para extingui-lo como um paraibano que orgulha seus colegas e todos os seus amigos.



"Guardo boas recordações do convívio com o mestre Delosmar nos plantões da Maternidade Cândida Vargas. Sob sua orientação, realizei minha primeira cesariana, ainda no 4º ano de medicina, nos idos de 1970. Profissional competente, professor dedicado e diligente nas suas publicações; nas horas vagas, poeta e historiador. É, portanto, com muita satisfação, que me associo a seus familiares e amigos nas homenagens que lhe prestam por ocasião de seu 80º aniversário natalício.” (João Medeiros Filho, presidente do Conselho Regional de Medicina da Paraíba)

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