TRISTE ENCENAÇÃO DE UMA COMÉDIA GROTESCA


TRISTE ENCENAÇÃO DE UMA COMÉDIA GROTESCA
Ademir Alves de Melo

Espernearam, choramingaram, construíram mitos e desconstruíram verdades, mas terminaram por se retirar do pódio colhendo o fruto que semearam. Inconformados renitentes que são, foram pródigos em bravatas, com rompantes típicos do indivíduo que leva uma sova e sai exclamando, sob apupos indignados dos demais: “eu não disse que daria uma lição neles!”
Decididamente, os fatos mostram que não há virtude naquilo que se consegue com facilidade, como tampouco há grandeza em continuar insistindo no erro por mero capricho ou vaidade ferida. Diz a sabedoria popular que um homem é forte quando confessa sua fraqueza, e que as pessoas que vivem mergulhadas no silêncio imposto pela estreiteza de sua inteligência a seu pequeno alcance, têm, nas grandes circunstâncias da vida, uma solenidade natural.
A reunião extraordinária do Conselho Superior da UFPB, na manhã de hoje (10.09.2012), tinha como ponto único em pauta chancelar a lista tríplice com os nomes dos candidatos mais votados a reitor e vice-reitor na consulta eleitoral realizada em junho passado. Mas o reitor e seus acólitos, visivelmente inconformados com a obrigação de fazer, antes de cumprirem com o rito processual, montaram uma encenação de uma comédia grotesca e script de péssima qualidade, que terminou por se transformando em melancólico ato de despedida de um grupo no poder há duas décadas.
O reitor Polari, abatido e mais pálido que sua natural palidez biliosa, na vã esperança de uma solução miraculosa, decidira convocar a reunião do CONSUNI às vésperas do prazo legal para o envio da lista triplica, para a nomeação presidencial da reitora e do vice-reitor eleitos. Sequer teve a grandeza de ressaltar a iniciativa dos candidatos eleitos de evitar a nomeação de um interventor, optando pelo recurso à Justiça, que chamou o feito à ordem. Senão, pelo contrário, desfiou um rosário de lamúrias descabidas, denotando de vez clara inaptidão para o cargo que ocupou - e não apenas por não possuir a titulação mínima exigida para tal, mas por sua postura emocional de eloquente limitação.
Que diferença notável em relação à temperança de sentimentos, ao conteúdo coerente de um discurso tecido de ideias bem articuladas e construídas com liberalidade da reitora Margareth Diniz, ao rebater afirmações injustas e inapropriadas de quem cuida em destilar ódio e rancor, sobrepondo desígnios restritos aos superiores interesses da Universidade!
Há que pensar grande a Universidade, e para tanto é necessário que a argamassa dessa construção seja plena em sua missão, nobre em sua qualidade e generosa em seus propósitos anunciados, cujo critério de fiança é a seriedade e a dignidade de quem os formula.
As arengas em defesa de interesses pessoais e de grupos são página virada nessa vergonhosa pendenga criada, como fato inédito nos anais da UFPB, mas superada com firmeza e determinação, como assim deve ser o reitorado a se iniciar no dia 11 de novembro vindouro.
Triste fim de uma gestão desastrada, que se esfuma sem glória e deixa o legado de uma instituição decadente a disputar o último lugar entre as universidades federais do Nordeste. Que herança maldita receberão Margareth Diniz e Eduardo Rabenhorst. Que desafio a enfrentar e a exigir desprendimento para superar o que desune e abraçar, com amor e dedicação, o singelo apreço à irmandade em prol do objetivo maior de mudar para qualificar.

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Messina Palmeira

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