Lições da Filosofia

Lições da Filosofia
                                              Fátima Araújo

           Quando vejo jovens engolindo fogo ou fazendo malabarismo nos sinais de trânsito, fico a indagar o que fez o Brasil com seus filhos, o que será do amanhã, o que poderíamos fazer para mudar tão triste quadro que decorre dos problemas sociais e das falhas na educação?
           Devo dizer que o homem não acordou ainda para o fato de que os filhos de uma nação serão melhores quanto maiores forem os investimentos em sua educação, área em que nosso país deveria investir enfaticamente, não fossem as falcatruas da corrupção.
Desde os tempos mais remotos, os filósofos gregos já chamavam a atenção para a área educacional, como Platão, que fundou uma escola de Filosofia para recuperar e desenvolver as ideias do seu mestre, Sócrates, lançando métodos de debate e conversação como formas de alcançar o conhecimento. Suas ideias baseiam-se na diferenciação entre as coisas sensíveis (mundo das ideias e da inteligência) e as coisas visíveis (seres vivos e matéria). De acordo com ele, os alunos deveriam descobrir os caminhos superando os problemas impostos pela vida. A educação deveria funcionar como forma de desenvolver o homem moral, favorecendo o campo intelectual dos alunos, que deveriam aprender questionando, raciocinando e trabalhando a arte de pensar. Isto a 427 a.C., sabendo-se que Platão enfatizou as aulas de Retórica, Educação Musical, Ciências, Matemática, Geometria, Astronomia e Educação Militar, ressaltando ainda que os alunos de classes menos favorecidas deveriam buscar um trabalho a partir dos 13 anos de idade e que a educação da mulher deveria ser a mesma aplicada aos homens.
"A educação deve possibilitar ao corpo e à alma toda a perfeição e a beleza”. “O que mais vale não é viver, mas viver bem”, disse o autor de “A República”. Pena que aqui não possamos aplicar essa prática.



O Pequeno Príncipe
                                                               Fátima Araújo

           
            Como fiz com meus primeiros filhos, com a caçula Beatriz também costumo comentar obras que as crianças não entendem de pronto, mas precisam ler para captar lições de vida. Assim, nos seus doze anos, ela já alcança que “O Pequeno Príncipe”, do escritor francês Antoine de Saint-Exupery, é uma obra filosófica profunda. Já entende que os personagens carregam um simbolismo fascinante, como o rei, o vaidoso, o geógrafo (ou geômetro, que contava as estrelas e se dizia dono delas), a rosa, a raposa, o adulto solitário, a serpente e outros.
            O príncipe vivia sozinho em seu minúsculo planeta, feliz com sua rosa que por tirar a paz do principezinho quase o expulsou de lá. Então ele passou a viajar por outros planetas, até que chegou à Terra e encontrou personagens que o levaram a descobrir o segredo do que realmente é importante na vida para que sejamos felizes. 
            O Pequeno Príncipe nos propõe uma mudança de valores, a necessidade do autoconhecimento para que o homem aprenda a julgar a si mesmo, conhecer a si mesmo, mostrando como avaliamos mal as pessoas e as coisas, comportamento que nos leva à solidão. A mensagem principal do livro é mostrar que a essência é muito mais importante que as coisas materiais. Fica ainda o alerta para a necessidade de mantermos nosso lado criança, pois quando nos tornamos adultos nos perdemos entre as preocupações e os problemas, esquecendo a criança que fomos e que sempre seremos.
            São belas as reflexões de Saint-Exupéry, como “O essencial é invisível aos olhos. Só se vê bem com o coração”. “Cativar significa criar laços. A gente só conhece bem as coisas que cativou”.
Antoine-Jean-Baptiste-Marie-Roger Foscolombe de Saint-Exupéry nasceu em Lyon, a 29 de junho de 1900. O sonho de ser mecânico o levou a se alistar e se tornar piloto militar. Morreu numa missão de reconhecimento, em 1944, mas os restos de seu avião foram resgatados apenas em 2004. Seu corpo nunca foi encontrado. Escreveu vários livros, como “Terra dos Homens”, mas sua obra-prima é O Pequeno Príncipe.

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Messina Palmeira

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