COLUNA ACALANTO - Casa e Lar


Jornal Correio da Paraíba, terça-feira, 22 de janeiro de 2013.
Acalanto
FÁTIMA ARAÚJO
fatimaaraujo05@gmail.com
COLUNA ACALANTO
                               Casa e Lar
Quando vejo as pessoas se estressando com os cônjuges e os filhos, batendo cabeça, soltando palavrões, fico assustada e sinto de perto o quanto a violência urbana pode ser originária justo desta célula-mater da sociedade: a família. Claro, porque é na família que se formam as personalidades, os valores, é na família que se amansam ou embrutecem de vez os corações. Existe então uma grande diferença entre Casa e Lar, pois a primeira nada mais é que uma construção material, enquanto o verdadeiro lar é algo imaterial, emocional: abriga valores, princípios, amor e carinho.
Outro dia, num supermercado, fiquei chocada com o tratamento que um homem dava ao seu filho, uma criança de, no máximo, oito anos. Por conta de uma pequena exigência do menino, o pai o cobria de palavrões e ainda o ameaçava de pancadas. Claro que não aguentei e me envolvi, o pai enfurecido me chamou de “metida”, disse que o filho era dele e ele fazia o que bem entendesse, como se algum de nós pudesse controlar vida alguma, nem mesmo a nossa... Na ocasião, outro cidadão me ajudou e foi mais forte: ameaçou chamar o Conselho Tutelar e citou a lei que proíbe bater em crianças. Só sei que saí dali chateada, porém esperançosa de que a nossa ”intromissão” tenha surtido algum efeito na cabeça daquele pai que, de educador, não parecia ter nada. 
A propósito, precisamos entender que a palavra é muito poderosa, tanto para edificar, como para desarmonizar ou destruir as pessoas, sobretudo quando se trata de seres em formação, crianças ou adolescentes. As atitudes de carinho ou de brutalidade, recebidas na infância, quase sempre vão decidir se seu filho será uma pessoa equilibrada ou medrosa, tímida, agressiva, inconstante, saudável ou doente! Lembre que sua CASA pode ser a mais bela do mundo, mas só o abrigará do sol e da chuva. O LAR é que nos abriga do medo, da dor, da rejeição, da solidão e de outros bichos! Pensemos nisso!

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Messina Palmeira

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