O COROAMENTO DE UMA LUTA DIGNA - Ademir Alves de Melo

O professor Ademir Alves de Melo

Mário Quintana, o “poeta das coisas simples", sentenciou um aforismo de ilustrada atualidade no cotidiano de quem é incapaz de morrer por uma causa nobre, mas tampouco, digno de viver. Assim se pronunciou o poeta: “A mentira é uma verdade que se esqueceu de acontecer."
Os anônimos deste país que, como a presidente Dilma Rousseff, sacrificaram os melhores anos de sua vida, para entregar-se à causa da democracia, da justiça social e da verdade, sabem o peso da mentira construída nos subterrâneos da liberdade por pessoas incapazes de ascender amparadas na verdade. Dilma pagou caro pela coragem de ser digna e patriota, solidária com a pátria vilipendiada nas suas bases por usurpadores do poder, que desonraram a farda de soldados, rasgaram a Constituição Federal em vigor e impuseram um regime de terror que fechou todos os canais para a convivência democrática. Por isso, como muitos outros jovens e cidadãos indignados com o estado de arbítrio implantado pelas baionetas na calada da noite de 31 de março de 1964, rebelou-se com os meios possíveis, assumindo a luta clandestina em defesa de valores nobres.
Dilma não se enquadra entre aqueles a quem o poeta e senador do Império Francisco Octaviano reprochou por sua lassidão, acomodação e aproveitamento das circunstâncias para chegar mais facilmente a resultados perseguidos. Como lutadora em prol de uma causa superior que soube enfrentar com altivez os algozes vis de uma nação ultrajada, ela não passou a vida em brancas nuvens, nem adormeceu em plácido repouso; sentiu o frio da desgraça, passou pela vida e sofreu; brava lutadora que não foi espectro de mulher, foi mulher; passou pela vida e viveu.
A fotografia clássica da prisioneira sentada diante de juízes do Tribunal Militar, de cabeça erguida e fisionomia serena e altiva a desafiar oficiais cabisbaixos, debruçados sobre a mesa, numa atitude covarde de profissionais desvirtuados de suas funções, simboliza a força moral de um caráter forjado nas dificuldades da vida e que ama o seu povo.
Esta mulher que forjou a sua personalidade de ferro e flor, certamente é a mesma que vai cumprir com o seu dever cívico de respeitar a vontade democrática da comunidade acadêmica da UFPB e nomear Margareth Diniz e Eduardo Rabenhorst reitora e vice-reitor eleitos de nossa instituição. Quase inútil é dizer que estes dois também são corajosos e bem sucedidos, pois souberam suportar a invídia de invejosos que emagreceram com a abundância de apoio e de carinho que lhes foram dedicados por docentes, discentes e servidores técnico-administrativos a mancheias.
A nomeação dos novos dirigentes da UFPB será para restituir a paz e instituir um novo ordenamento institucional de respeito aos direitos cidadãos e de mudanças de qualidade.
Os usurpadores de uma conquista dolorosa terão que se curvar às evidências e silenciar diante da força do bem e da verdade.

0 comentários:

Messina Palmeira

©2011 Messina Palmeira - assessoria jornalística | Web Designer by Danniel Sousa