ONDE HÁ FUMAÇA, HÁ FOGO - Ademir Alves de Melo


Nenhum governo combateu a corrupção com tanto rigor como na gestão do presidente Lula e, mais ainda, com Dilma Rousseff. É que a corrupção é um mal histórico, arraigado nas entranhas do sistema e difícil de ser debelado, se a sociedade não estiver organizada e participando dos processos de decisão nas mudanças, como se vem tentando, sem o recurso clássico da ruptura da ordem sistêmica.
A ninguém escapa a ideia de que o julgamento do chamado mensalão transformou-se num espetáculo montado e explorado pelo PIG – Partido da Direita Golpista. As elites dominantes jamais se conformaram com a presença de um operário no comando do Planalto, e, agora, com uma mulher rebelde que recorreu às armas, quando todas as portas se fecharam para a democracia, por um golpe militar tramado por elas em conluio com forças externas neocoloniais.
Esses arreganhos sediciosas renitentes da direita ao abrigo da Ação Penal 470, com sentenças condenatórias anunciadas por antecipação e sem elementos de prova consistentes a alimentar o rebuliço em voga, tem como objetivo desgastar a credibilidade do governo e minar as suas bases.
Por isso, o governo deve estar atento a todas as denúncias de irregularidades em órgãos públicos federais, sobretudo quando os acusados calam ou fingem que fazem alguma coisa para se defender das acusações.
Um notável indício de fundamento em denúncias propaladas é a blindagem que os gestores sob mira se revestem, fazendo de tudo para não “largar o osso”, como o fez o prefeito de Ramilândia, no Oeste do Paraná. Ele não aceitou a ordem judicial que o obrigava a passar o cargo para o vice e, após receber o documento, se trancou no próprio gabinete afirmando que não abandonaria o posto. Ou, ainda, no caso das estrepolias do reitor do Instituto Federal do Pará, desbaratada por uma ação conjunta da Controladoria Geral da União, PF e MPF, que resultou, há pouco, na prisão do magnífico acusado de liderar fraudes e desvios de recursos públicos no órgão que atingem mais de R$ 5,4 milhões.
"Os fatos demonstram, de maneira inequívoca, a existência de verdadeira organização criminosa voltada essencialmente para a prática de crimes de peculato, consistentes no desvio e na apropriação de recursos públicos da instituição de ensino", diz a denúncia do MPF, assinada por dois procuradores.
Eles afirmam que o reitor era quem "liderava o bando, distribuía tarefas, fixava os valores que seriam desviados e dividia o produto dos crimes entre seus comparsas". O esquema funcionava de tal maneira vinculado ao reitor que ele chegou a aprovar pagamentos, a título de bolsa, a pessoas que não possuíam qualquer vínculo nem realizaram atividade alguma no IFPA.
O Ministério da Educação criou uma comissão de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) que resultou no pedido de afastamento preventivo de 13 servidores do IFPA, entre eles, o reitor e seu substituto.
Casos como esses mostram que o governo Dilma, para continuar legitimado e se fortalecendo junto à sociedade, para avançar nas conquistas que o país reclama, deve ater-se rigorosamente às regras do jogo democrático, da ordem jurídica instituída, não dando margem ao arbítrio e a novos escândalos na área federal. Deve cortar pela raiz jogadas de aloprados, engenhadas por interesses miúdos.
Por seu turno, a sociedade deve estar vigilante para garantir o respeito à vontade das maiorias e reagir, altivamente e com os meios disponíveis, ante qualquer ameaça de lesão ou ameaça ao direito, como disposto no artigo 5º da Constituição Federal.
Fonte: http://hipocrisiaacademica.blogspot.com.br

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Messina Palmeira

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