A VERGONHA DE CONFESSAR
A DERROTA
Ademir Alves de Melo
Há vários dias, a lista tríplice com os nomes dos candidatos
mais votados na consulta eleitoral para reitor e vice-reitor da UFPB
encontra-se no gabinete do ministro da Educação. Daí deverá seguir para a
sanção presidencial. Do ponto de vista formal, tudo se encontra nos conformes
para a nomeação de Margareth Diniz e Eduardo Rabenhorst.
Ocorre que, desde o dia 26 de setembro, quando o Juiz Federal
da 1ª Vara João Bosco Medeiros de Sousa prolatou sentença validando o processo
eleitoral no segundo turno, o reitor e a vice-reitora cessantes, além dos
candidatos que ficaram em 2º lugar e até o que ficou em 4º lugar, vêm
interpondo recursos na Justiça, junto ao TRF-5ª Região, visando procrastinar a
conclusão do processo. Tal a desrazão que o candidato que obteve pouco mais de
4% dos votos também se sentiu no direito de figurar na lista tríplice. Lista
tríplice de quatro! Não se conformam e envergonham-se de confessar a derrota,
por vaidade e invídia. Faltam-lhes humildade e serenidade de espírito.
Embora esses recursos não tenham efeito suspensivo, o
ministro opta por cumprir rigorosamente o rito processual. Espera que se
esgotem as demandas judiciais para enviar os nomes à Casa Civil da Presidência
da República. Espera em vão, pois os recursos se reciclam a cada vez que a
Justiça se pronuncia contra as suas pretensões. Por unanimidade, o Tribunal tem
negado provimento a todos as ações interpostas. Mesmo assim, alheios aos
aspectos formais, as sobreditas pessoas prosseguem tranquilamente litigando de
má-fé, numa roda viva de ações firmadas em argumentos frágeis e insustentáveis.
É que os objetivos perseguidos são outros: impedir
a nomeação dos candidatos eleitos. Não importa as suas consequências. Ocorre
que os novos dirigentes precisam ser nomeados até a data limite estabelecida
por lei: 12 de novembro, para que não haja uma intervenção na UFPB.
Deploramos a postura ética desses educadores. Triste
despedida dos que se aposentam compulsoriamente, deixando esse rastro de
opróbrio nos anais da memória universitária. Mas se enganam rotundamente, se
pensam impor-se pela chicana. A comunidade acadêmica e a sociedade paraibana
saberão reagir com firmeza e determinação. Triste história que acabrunha até
mesmo a quem não tem pudor.
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