ASSIM FALOU MARGARETH


ASSIM FALOU MARGARETH
Ademir Alves de Melo
Assim falou a reitora eleita, sem rodeios: essa ladainha do terceiro turno é página virada. “Seu” Bira, onipresente como sapo em lagoa no fim de tarde chuvoso, para não perder a oportunidade de disputar com sutileza a primazia no ajuste de contas, sentou a pua: acabou o muído!
Na entrevista publicada no jornal Correio da Paraíba deste primeiro domingo de setembro, a reitora eleita da UFPB foi lacônica e certeira nas suas afirmações, que poderiam ser resumidas nos seguintes pontos: o que está na mesa de discussão é o envio da lista tríplice ao Ministério da Educação, formada pelos três candidatos mais votados, para a sanção presidencial, na forma da tradição democrática que a comunidade universitária brasileira escreveu nas páginas de glórias de empoderamento social conquistado a duras penas. E está fora de cogitação discutir se envia ou não, mas quando o reitor decide cumprir com a obrigação legal de fazer. Isto deve acontecer ainda com a categoria docente em greve, pois as previsões mais realistas indicam que, na Assembleia Geral convocada para quarta-feira (5) deve prevalecer a proposta da direção do Comando Local de Greve retorno às atividades acadêmicas a partir da segunda-feira, 17 de setembro, uma semana após o tempo desejado por quem escreve estas linhas. Mas, liderança sem base tem mesmo é que se submeter à vontade soberana das maiorias.
A reitora não se fez de rogada para reiterar as prioridades definidas em sua Carta Programa, legitimada pela participação dos três segmentos universitários, em todos os campi, com contribuições que jorraram como lavras de um vulcão adormecido ativado por sonhos de mudanças e afirmação de cidadania prostrada no baú do esquecimento, nos anos recentes. Em primeiro lugar, diz ela, há que criar uma nova estrutura organizacional que abra caminhos para a construção da universidade desejada, em sintonia com o seu destino, tempo e circunstância.
Topicamente ordenada, as linhas mestras delineadas na sua entrevista poderiam ser assim, apresentadas, com as ações interagindo numa sequência lógica circular de causa e efeito: mudar é preciso, porque a UFPB parou no tempo, perdeu o sentido da realidade em que se insere; as mudanças devem inspirar-se nas experiências democráticas bem sucedidas, para que, aqui, não sejam editados erros experimentados em outras partes; a estrutura física e numérica em expansão, devido à implantação do Programa REUNI aplicado em todo o país, avançou descolada da qualidade necessária à harmonia no desenvolvimento institucional. Daí o crescimento deformado de partes assimétricas na conformação de um todo mutilado em sua essência; sacudir a poeira e dar a volta por cima exige a ruptura na trajetória de conformismo e mesmices, inserindo a UFPB nas lutas sociais por mudanças, em defesa da soberania nacional e do desenvolvimento socioeconômico sustentável. Os instrumentos para viabilizar esses objetivos prioritários seriam valorizar a pesquisa, a extensão e a difusão do conhecimento em seu entorno estadual, direcionando as atividades acadêmicas à racionalidade dos fins, no contexto de uma matriz de valores que nos identifica com as aspirações mais profundas da região e do país.
O recado foi dado, e todas as pessoas bem intencionadas, enganadas com discursos diversionistas a empanar intenções camufladas, afluem como no despertar de um pesadelo e se achegam, cheias de vontade e esperança para somar forças ao lado de Margareth Diniz e Eduardo Rabenhorst na construção do projeto de resgatar os destinos de progresso da UFPB, em paz e harmonia. Página virada, também, devem ser os dias de tumulto, sufocados pela voz do bom-senso.

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Messina Palmeira

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