Responsabilidade socioambiental em João Pessoa? Só por Iemanjá...

árvore com os dias contados
Responsabilidade socioambiental em João Pessoa? Só por Iemanjá...
                                          Por Messina Palmeira
Um amigo meu já tinha me falado acerca de um texto que aborda o sofrimento das árvores que têm seus troncos pintados com cal. Eu nunca li este texto, confesso, para não chorar. Tinha uma pena enorme quando meu filho Walter, que estudou na UFPB, me dizia: “Mainha, quase todo dia se destrói uma árvore na Federal. Aquela floresta, que no seu tempo de criança dominava todo o bairro do Castelo Branco e adjacências, não parou de ser destruída”.
Numa manhã do mês de outubro, passeando com a minha bicicleta na recém-construída ciclovia da beira-mar de Tambaú, em João Pessoa, um fato me chocou: ao lado das barracas, instaladas na praia, estão retirando micro dunas e canteiros, muitos deles com árvores grandes ou árvores pequenas como um cajueiro, e as substituindo por pisos intertravados (sim, é este o nome moderno para os tais pisos). Como é que pode? Em pleno século 21, tempo de consciência ecológica, da implantação da responsabilidade sócioambiental por muitas empresas, me deparo com esta cena, no mínimo bizarra. Deus, tu que és todo poderoso, proteja estas pobres criaturas que padecem sem ter o direito de se defender. Como elas podem se salvar de tiranos com armas poderosas em punho? Uns com canetadas dando a ordem superior e outros com machados e serras elétricas destruindo em nome do progresso. Reclamar a quem?
Gostaria de ter a coragem de Dona Toinha, uma antiga moradora da Rua Nevinha Cavalcante, no bairro do Miramar. Certa ocasião, quando funcionários da prefeitura estavam colocando o calçamento na rua, ameaçaram derrubar os quatro pés de tamarindo de mais de 50 anos plantados ali. Sem titubear, ela posicionou-se entre as árvores e falou: "_Vocês só derrubam estas árvores se passarem por cima de mim". Dona Toinha, venha também em socorro deste pobre cajueiro que já tem a sua morte decretada! Se for o caso, peça a ajuda de Iemanjá. Aproveite e peça também que ela salve as pobres maria-farinhas dos tratores que varem as nossas praias. Os garis, no desejo de retirar todo o lixo, varem também estes pobres e indefesos animais que limpam as nossas praias sem nada cobrar. Socorro, Dona Toinha, socorro Iemanjá! Livre-nos nossas madrinhas, das pragas deste lugar! 
Coqueiro na lista de tombamento



Cajueiro e cássia esperam tombamento


Restos mortais de uma árvore


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